Transporte: estudo de microeixos apresenta soluções para Roraima e Tocantins
A equipe técnica da Sudam divulgou essa semana a conclusão dos estudos de logística e transporte de cargas e passageiros nos estados de Roraima e Tocantins. O estudo, que já foi realizado nos estados do Amapá, Amazonas e Pará, realizou um levantamento das principais dificuldades no deslocamento de pessoas e produtos, buscando soluções para os problemas identificados.
A primeira fase do trabalho consistiu em um detalhamento da infraestrutura de transportes de Roraima e Tocantins, identificando a situação atual e demais informações pertinentes. Na segunda fase foram identificados os principais produtos estratégicos para a movimentação de cargas, assim como o fluxo logístico. A última etapa consolidou os atuais e futuros fluxos logísticos que possam surgir, assim como possíveis soluções através de investimentos em projetos como pavimentação e criação de rodovias e a construção de terminais de escoamento.
Roraima
De acordo com os estudos, no estado de Roraima o transporte é realizado por rodovias e hidrovias, concentradas principalmente no entorno da capital, Boa Vista. Segundo o levantamento, as regiões do estado não possuem infraestrutura de transporte rodoviário, o que dificulta o acesso da população a alguns tipos de bens de serviços. No que se refere aos rios da região, Roraima possui uma extensa malha hidroviária mal utilizada. A infraestrutura portuária de cargas de Roraima conta com apenas um terminal de uso privativo. Já na malha aeroviária, Roraima dispõe de quatro aeroportos, localizados em Boa Vista, Caracaraí, Alto Alegre e Pacaraima.
Durante a pesquisa, foram mapeados 33 projetos logísticos de grande relevância para o desenvolvimento da região, entre eles a duplicação da BR-174, restauração da BR-401, a pavimentação da BR-432, entre outros.
Tocantins
O transporte de pessoas e cargas no estado do Tocantins conta com rodovias, hidrovias e também com ferrovias, utilizadas exclusivamente para o transporte de cargas. A infraestrutura disponível se concentra basicamente no eixo Norte-Sul e no entorno das cidades de Palmas e Porto Nacional, o que faz com que grande parte do território do estado não possua logística de transporte adequada, principalmente para o deslocamento de cargas.
Ainda de acordo com o levantamento, apenas 46% das rodovias do estado apresentam qualidade considerada regular. Do total de rodovias estaduais e federais implantadas, 4.464 são pavimentadas. Na malha hidroviária, o estado do Tocantins conta com dois rios com grande potência de exploração hidroviária, entretanto somente nos meses de dezembro a junho, quando o nível dos rios se eleva. A região não conta com nenhum terminal de hidroviário implantado.
Tocantins dispõe, hoje, de cinco aeroportos localizados em Palmas, Araguaína, Araguatins, Gurupi e Porto Nacional. O aeroporto de Palmas é o que mais se destaca na movimentação de cargas, pois atende os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Pará, Distrito Federal e São Paulo.
Considerando que as cadeias produtivas de soja e grãos são as que mais se destacam, representando 91,1% da movimentação da Balança Comercial do Estado, o estudo sugere 93 projetos logísticos relevantes para o desenvolvimento da infraestrutura de transporte no estado do Tocantins, entre eles a construção de terminais de grãos, eclusas e implantação e pavimentação de rodovias.
O Estudo de Microeixos de Transportes nos Estados Amazônicos é parte do Programa Norte Competitivo, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O estudo do setor industrial identificou os principais grandes eixos e necessidades de logística de transporte na Região. A Sudam é uma das parceiras do Programa, apoiando financeiramente a realização do levantamento dos microeixos. Nos demais Estados (MA, RO, MT e AC) o estudo já está em andamento e deve ser concluído até o final deste ano.
Texto: Aline Andrade
Foto: Reprodução
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