Instituições debatem mudanças climáticas na Amazônia
A mudança climática está afetando o padrão natural das estações do ano e está aumentando a frequência e intensidade de certos eventos climáticos extremos como o calor, a seca e chuvas fortes. O assunto foi discutido nesta quarta-feira, 23, na Sudam, durante o simpósio sobre o Dia Meteorológico Mundial 2016. Segundo o coordenador do 2º Distrito de Meteorologia do Instituto Nacional do Pará (Inmet), José Raimundo Sousa, o aquecimento do planeta vem sendo percebido pela imprensa e autoridades do setor desde a Segunda Guerra Mundial e que não é possível afirmar as razões exatas do esfriamento ou do aquecimento global.
Ao analisar o Pará, o Inmet percebeu que nos últimos anos as chuvas ainda estão concentradas na Região Metropolitana de Belém, enquanto que em outras regiões, como Sudeste e Baixo-Amazonas o cenário ainda é de seca. “Vimos que em algumas cidades, como Belém, já choveu mais do que o previsto para o período, já em outras cidades, como Marabá, a seca continua predominante”, disse José Raimundo.
O simpósio reuniu estudantes e representantes de diversas instituições que atuam ou colaboram para melhorar o clima na região, entre elas a Eletronorte, o Ministério da Agricultura e a Universidade Federal do Pará.
A coordenadora de Defesa Civil da Sudam, Adelaide Nacif, participou da programação com a palestra “A Gestão de Riscos e Desastres Naturais como Política de Prevenção para Ações e Proteção Civil na Amazônia” e abordou os principais temas que permeiam a atuação da Defesa Civil.
Durante exposição, Adelaide explicou como a Defesa Civil atua na Amazônia: “Proteção e Defesa Civil é um conjunto de ações preventivas, de socorro, assistenciais e recuperativas destinadas a evitar desastres e minimizar seus impactos para a população e restabelecer a normalidade social” disse Adelaide. Assim, o trabalho é dividido em seis etapas:
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PREVENÇÃO |
É neste momento que as equipes orientam as pessoas que vivem em áreas de riscos e dão dicas de como agir em caso de desatres. |
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ALERTA |
O alerta em geral é disponibilizado com oito dias de antecedência, possibilitando assim que a população se prepare para o possível desastre. |
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MOBILIZAÇÃO |
É o momento mais importante d processo pois é nesta hora que as equipes em parceria com a prefeitura local, se mobilizam e preparam a população para o desastre, de forma que o impacto possa ser reduzido ou até nulo. |
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DESASTRE |
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SOCORRO / ASSISTÊNCIA |
Após o desastre, é o momento em que as socorridas são assistidas e toda a assistência em saúde e cidadania é prestada. |
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RECUPERAÇÃO |
Passado o abalo físico e emocional, é nesta hora que as equipes atuam na reestruturação física do espaço atingido pelo desastre, é quando em parceria com a prefeitura e demais órgãos, são feitas casas emergenciais, etc. |
De acordo com Adelaide, apesar da atuação intensa da Defesa Civil na Amazônia, ainda há muito a ser feito para que os desastres possam ter seus impactos minimizados. “Sabemos que o trabalho desenvolvido é fundamental para que acidentes causados por mudanças climáticas sejam evitados, o monitoramento das áreas é feito e emitido diariamente pela Coordenação de Defesa Civil da Sudam, disponibilizado no site para que todos tenham acesso. Cabe às prefeituras agora, criar equipes que mobilizem a atenção para esse assunto que salva vidas”, ressaltou a coordenadora.
Adelaide Nacif é economista e geógrafa, com especialização em gestão ambiental e sensoriamento remoto, mestre em planejamento do desenvolvimento sustentável, coordenadora de Defesa Civil da Sudam e coordenadora do Centro de Monitoramento Hidroclimatológico da Amazônia TC Sudam/UFPA.
Texto: Aline Andrade e Leidemar Oliveira
Fotos: Aline Andrade e João Micuanski
Publicação: 23/03/2016
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