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Servidor da Sudam apresenta proposta de transporte hidroviário para Belém

Criado: Terça, 22 de Dezembro de 2015, 11h09 | Publicado: Terça, 22 de Dezembro de 2015, 11h09 | Última atualização em Quarta, 23 de Dezembro de 2015, 09h33

Projeto prevê redução de 20 a 30 % de circulação de veículos automotores no centro da capital paraense.

“Esse rio é minha rua”, composição de Ruy Barata e Paulo André Barata, revela uma característica marcante de muitas cidades amazônicas, a existência de furos, rios e igarapés que cortam ou circundam esses centros urbanos. Entretanto, na região metropolitana de Belém isso já não é uma realidade, pois muitos desses caminhos aquíferos foram aterrados ou transformados em canais, servindo para esgoto e locais de despejo de lixo, causando alagamento em diversos pontos da cidade e contribuindo para piorar o trânsito na cidade.

Com o objetivo de propor soluções para o problema do trânsito na região metropolitana de Belém o engenheiro agrônomo e servidor da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia, Sudam, Everaldo Martins, idealizou o projeto “Proposta De Ação - Transporte Hidroviário De Passageiros Na Área Metropolitana De Belém: Diagnóstico, Possibilidades, Limites e Principais Tendências” que, com o apoio de pesquisadores de outras instituições, apontou algumas reflexões sobre a utilização do transporte fluvial na Amazônia, identificando algumas necessidades, tais como: implantação de um sistema de transporte eficiente, seguro e regular de maneira a atender as populações da área metropolitana de Belém e ribeirinhas carentes de recursos e de um sistema básico de transporte; identificar o tipo de acomodação que melhor atenderá os requisitos de conforto e segurança para os passageiros incorporando hábitos e necessidades regionais; e mapear os portos de embarque e desembarque de passageiros, bem como estabelecer parâmetros de integração com transporte rodoviário, cicloviário e outros meios de locomoção.

A região metropolitana de Belém, composta pelos municípios de Ananindeua, Marituba, Benevides, Icoaraci, Outeiro, Mosqueiro e mais de 30 ilhas, dispõe de corredores fluviais, sendo assim, a solução apontada pelo estudo para suprir as necessidades de transporte dessa região foi à utilização de embarcações, lanchas, por exemplo, uma embarcação ágil (de boa velocidade), que ofereça segurança e conforto, contornando a cidade num tempo aproximado de uma hora e meia, num percurso iniciado no rio Maguari, entrando na baía do Guajará e terminando no rio Guamá. Para facilitar a locomoção, deveriam ser criados terminais de integração em pontos estratégicos, assim, essa embarcação reduziria o fluxo de carros dentro da área urbana, proporcionando a cidade diminuição da poluição e apreciação dos cenários e, com isso, diminuição do stress, possibilitando melhores condições para o trabalho, rendendo muito mais que quando se pega o trânsito pesado de carros.

A implementação desse projeto traria inúmeros benefícios, destacando-se a melhoria do sistema de transportes de passageiros na área metropolitana de Belém e municípios do entorno; a minimização dos impactos ambientais provocados pela emissão de poluentes no ar provocado pela queima de combustíveis e a maximização do uso da potencialidade natural das vias navegáveis de rios, furos e igarapés. Além disso, reduziria de 20 a 30% a circulação de veículos automotores no centro da capital e o número de internamento na rede pública de hospitais e pronto socorros, provocado pelos acidentes de tráfego rodoviário.

Ônibus anfíbio

A proposta do ônibus anfíbio foi trazida por Martins após conversa com colega que, sabendo do interesse do engenheiro agrônomo, após viagem a Budapeste, Hungria, apresentou esse transporte, que trafega tanto no asfalto como em rios, basta ter uma rampa de acesso, ou seja, ele trafega e navega. Ele poderia sair de Belém e ir até Cametá, município a 183 km da capital paraense, exemplifica o pesquisador da Sudam. Desde dia 1 de fevereiro de 2014, o Duck Copacabana, ônibus anfíbio que funciona no Rio de Janeiro, serve como mais uma alternativa de transporte turístico percorrendo os pontos mais conhecidos da cidade maravilhosa como o Cristo Redentor, os teleféricos entre o Morro da Urca e o Pão de Açúcar e o paisagismo de Burle Marx. O ônibus circula somente em aguas mansas e agua doce, não podendo navegar no mar, devido à oxidação que agua salgada prova nas peças do veículo. Em Belém também serviria como atrativo turístico, como ocorre no Rio e em Budapeste, levando os turistas até Icoaraci, ponto conhecido pela grande concentração de artesãos que produzem peças marajoaras, ou até Mosqueiro, ilha pertencente ao município de Belém, famosa pelas suas muitas praias de água doce. “Esse tipo de veículo funcionaria mais como atrativo turístico, pois não permiti fazer transporte de massa, cabendo essa tarefa às lanchas”, sugere Martins.

Com a apresentação dessas alternativas para melhorar a mobilidade urbana em Belém dá-se por concluída a primeira etapa do estudo idealizado ror Martins e, a partir disso, com sua divulgação, pretende-se estabelecer mecanismos de parcerias institucionais, diante do setor público e da iniciativa privada, com vistas ao aprimoramento tecnológico do setor;
promover campanhas de divulgação massiva das vantagens da utilização do transporte fluvial e disponibilizar informações e dados estatísticos, com vistas ao estabelecimento de políticas públicas.

Pode se perceber, então, as vantagens desse projeto, que se for executado, trará inúmeros benefícios aos moradores da região metropolitana de Belém, facilitando a mobilidade urbana e melhorando a qualidade de vida da população. Deste modo, colocando em prática o que diz a letra dos poetas “Barata”, fazendo de nossos rios as nossas autênticas e amazônicas novas ruas.

Texto: Geovani Luz

Foto: Divulgação

Publicação: 22/12/15

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