Sudam capta investidores para produção de etanol da Batata-Doce na Amazônia
“Já temos mão-de-obra, capital, matéria-prima, tecnologia e fontes de financiamento (Fundo de Desenvolvimento da Amazônia – FDA - e Fundo Constitucional do Norte - FNO). Agora só faltam os organizadores da produção para investir no negócio”. Assim conclamou o superintendente da Sudam, Djalma Mello, em reunião com – reitor e pesquisador da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Márcio Silveira, e o técnico Elivan Morais, da empresa CIMASP - Comércio e Indústria de Equipamentos, que desenvolveu os equipamentos específicos para a produção piloto de etanol anidro e hidratado a partir da Batata-Doce. A reunião contou, ainda, com a participação de consultores e projetistas que trabalham na captação de empreendedores para dar continuidade ao projeto que vem sendo desenvolvido em parceria entre eles, para apresentar uma alternativa para produção de Etanol na Amazônia. O encontro aconteceu na sede da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), na tarde desta terça-feira, 11.
Djalma Mello afirmou que a Sudam cumpre o papel de “catalisador das nossas regionalidades”, na condição de representante do governo federal na Amazônia. “Nossa missão institucional é buscar soluções para os óbices da região. Não estamos parados. Já realizamos o estudo de viabilidade do etanol e já buscamos a empresa para produzir equipamentos para desenvolver o produto”, afirmou ele. Mello afirmou, ainda, que a Sudam busca uma solução sustentável que possibilite a produção de etanol na Amazônia, sem a utilização da cana-de-açúcar, já que o seu plantio na região é inviabilizado pelo zoneamento agroecológico dessa cultura. Um Decreto Presidencial impossibilita o plantio de cana-de-açúcar na Amazônia. Essa alternativa pode superar a limitação e promover o desenvolvimento econômico e a inclusão social na região. As pesquisas são essenciais para que a região não continue dependente do etanol produzido nas regiões sudeste e nordeste, já que os altos custos de logística não permitem, atualmente, que o preço do etanol hidratado seja igual ou inferior a 70% do preço da gsolina. ”Quem sabe se nós não vamos produzir etanol com preço a 60% da gasolina? Eu creio nisso.”, declarou, otimista, o superintendente.
O reitor Silveira falou sobre a utilização da batata-doce industrializada como matéria-prima de alta produtividade para a produção de Etanol. Apelando para a soberania nacional, ele detalhou o projeto que vem sendo desenvolvendo pela UFT e Sudam. “Sozinha a universidade não poderia fazer nada. Se não fosse a Sudam e as empresas que investiram no projeto ele não aconteceria", declarou. Ele demonstrou as vantagens da produção do etanol a partir da Batata-Doce em relação à cana-de-açúcar, destacando, entre várias, a sua viabilidade genética, a rusticidade, o melhor aproveitamento da água, o fato de ter duas safras por ano e não ter tempo certo para a colheita. A UFT pesquisa o assunto há vinte anos.
Elivan Morais, demonstrou os equipamentos desenvolvidos com tecnologia específica para a produção e destacou a sua versatilidade, pois a mesma planta pode ser usada na produção de etanol, ração animal e alimento. Para isso, a empresa desenvolveu a Usinaflex, criada pelo CIMASP, empresa que há 15 anos atua no fornecimento de equipamento de grande porte para o setor público e privado.
Texto: Marilena Vasconcelos
Publicado em 13/11/1
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